sexta-feira, janeiro 2

Sozinha

De facto a mudança da idade é terrível. Há uns anos (2/3) que me sinto a mudar todos os dias um bocadinho. Todos os dias sinto que a minha vida deixa de fazer sentido de determinada forma e penso nela de outra forma. Depois volto à forma inicial e descanso. É uma incansável viagem que me leva sempre ao ponto de partida. O problema é que não encontro verdadeiramente o sentido certo. Sei que está tudo bem. Mas ao mesmo tempo sei que nada está bem. E não encontro a solução. A única coisa que faz sentido é o homem que tenho ao meu lado. Mais nada. Tudo o resto está fora do que desejei para mim, aos quase 30 anos. Sinto que a vida passa lá fora e cá dentro tudo parou.
Gostava de ter o desprendimento necessário para partir em busca de mim mesma. Esta ideia não é nova, mas corroborei-a com a leitura deste livro "comer orar amar" de Elizabeth Gilbert.
Pode ser que arranje um futuro que me permita um dia fazê-lo. Preciso sinceramente disso. De viajar para fora dentro de mim mesma. Sozinha. A minha espiritualidade está acorrentada em rituais diários do quotidiano ocidental que não me preenchem. Preciso dela livre outra vez.

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