sexta-feira, setembro 29

Re-invente-se!


Depois de uma leitura rápida do que se passa no mundo (graças à nossa amiga internet) deparei-me com um estudo do gabinete oficial de estatísticas da UE. Diz o mesmo que «A população da União Europeia com mais de 65 anos deverá duplicar entre 1995 e 2050, estimando-se que, nessa altura, em Portugal as pessoas idosas constituam um terço da população do país» e mais «a estimativa de anos de vida saudável após os 65 é de 8,4 anos para os homens portugueses e apenas 7,7 para as mulheres portugueses». Ora o problema quanto a mim surge aqui «Relativamente à taxa de emprego das pessoas entre os 65 e os 69 anos, Portugal surge à cabeça da tabela, já que mais de um quarto desta faixa populacional (28,4 por cento) encontra-se ainda empregada (segundo dados de 2005), quando a média comunitária é de somente 8,2 por cento (e 8,1 na UE a Quinze).» Não é por nada, é só porque se vivemos mais, mais saudáveis, então porque não continuarmos a trabalhar? Sr Sócrates, se calhar é melhor aumentar a idade da reforma até aos 70, o que acha? É que prevê-se que após os 65 ainda tenhamos 7/8 anos de vida saudável, logo porque não torná-la contributiva? A reforma serve apenas de pré-morte, nunca de férias alargadas após 30 ou 40 anos a trabalhar, não é Srs Governantes? Pois é, parece-me que não se encara o problema da sustentabilidade da Segurança Social de frente. Não sei qual a solução para o problema (até porque nem sequer sou paga para pensar!) mas o que é facto é que queiramos ou não há menos «putos» e mais «cotas» o que leva necessariamente a que não tenhamos reformas no futuro. Alargar a idade da reforma? Alargar a porta da protecção social aos privados? Dar ao cidadão a possibilidade de fazer o seu pé de meia para a velhice onde achar mais conveniente? Da mesma forma que o cidadão escolhe o banco para o empréstimo da casa, ou a seguradora do seu carro. Não me choca devo dizer-vos, ainda que saiba de antemão que tal viragem implica assumir que muitos, irresponsáveis ou não, não o farão e poderá estar a abrir-se a porta ao fosso rico/pobre. No meu curso aprendi uma expressão que não esqueço: «falência do estado social de direito». Reinvente-se o Estado como se reinventam as ciências sociais para acompanharem a evolução da espécie. Afinal, nós não temos uma história que nos prova que o homem evolui?

1 comentário:

Anónimo disse...

E nós sabemos por expriencia própria que depois do 60 os "homes" capotam...