sexta-feira, outubro 26

Na ausência de focos de interesse esta semana para a minha escrita (ou terá sido preguiça mental...?), deixo-vos aquilo que me motiva a fazer o shutdown desta porcaria de máquina:
Bom fim-de-semana!

sexta-feira, outubro 19

We become someone else

"Como é que se recupera de uma coisa destas?
Não recuperamos. Tornamo-nos noutra pessoa."
Simples. E nunca havia pensado nisso tão claramente. O esforço, nosso, dos outros, é em "recuperar". Ridículo. Não se recupera. Faz parte do que somos e do que seremos para sempre. E nada, mesmo nada, volta a ser o que era. Nem mesmo a felicidade. Porque sempre, para sempre, aquilo existirá. We become someone else...
Vão ver. Vale muito a pena.

HABEMUS TRACTATUS!

Sai fumo branco da Barata Gigante (nome carinhoso que muitos portugas dão aquele fantástico investimento que é o Pavilhão Atlântico, que, dizem os entendidos, serve para tudo menos para a música por ter uma péssima acústica. Enfim!). Habemus Tractatus! E habemus um momento mais ou menos histórico para a nossa história política. É que se é verdade que a máquina Sócrates se portou à altura, foi Merkel, na Presidência anterior, que reuniu o consenso impulsionatório para todos os juristas e políticos que trabalharam de Julho a Setembro no novo Tratado. Foi ela que conseguiu um Mandato tão bem alinhavado que se construiu esta revisão (é uma revisão, não um novo Tratado como seria o Tratado Constitucional) em tempo record e aparentemente com o consenso generalizado de todos (até da Polónia).
Já agora aproveito para reclamar uma coisa. A caminho do meu local de trabalho passo pela Av. Infante D. Henrique. Passaram por mim várias comitivas de personalidades europeias. O que eu acho mal é o facto de irem tão depressa que a pessoa nem consegue perceber por quem é que está a passar. Todos abrandámos (íamos no sentido inverso) para espreitar e nada! Não se conseguia perceber nada. Não se faz... Não se faz...
Mas adiante. Parece-me que nada está ainda conseguido. Falta o mais dificil. Ratificá-lo. No entanto, parece-me que não tendo este Tratado nada de muito novo àquilo que é já a realidade jurídica da U.E., tirando talvez a questão do abandono da decisão por unanimidade em todas as questões que se prendem com a cooperação policial e judiciária em matéria penal, passando a decisão a ser por maioria, tal como já o é em todas as matérias comunitárias (excepção feita à política externa e de segurança comum que se mantém inalterada, penso), o que não me choca, não vejo nenhuma necessidade jurídica de submetê-lo a um referendo nacional. Para quem não está por dentro da coisa passo a explicar. A Constituição da República Portuguesa afasta de forma generalizada a ratificação de tratados internacionais por referendo e sim por acto da Assembleia da República (aprovação) e do Presidente da República (ratificação). Abriu-se uma excepção para o Referendo da Europa (artigo 295º CRP) - espero estar a dizer tudo bem senão o Prof. Jorge Miranda ainda me dá uma coça, mas é que isto é de 1º ano e isso já lá vai à 9 anos... Pois bem, não há nada que obrigue o Governo a ir pela via do referendo, pelo contrário. O natural é que a aprovação se faça na AR e não pelo Povo. Claro que a Esquerda de forma generalizada quer o referendo, mas não me lixem: não está em causa a legitimidade da construção e aprofundamento da Europa quando os países não submetem a escrutínio popular a revisão dos seus tratados fundadoures. Aliás, se era para submeter a referendo, então que o tivéssemos feito em 1985, aquando da aprovação do Acto de Adesão de Portugal às Comunidades Europeias. Não agora.

quarta-feira, outubro 17

fado

Começo por dizer que sou daquela geração, ao contrário da dos meus pais, que cresceu a ignorar e até a menosprezar o fado. "O fado é para os velhos", pensamos nós enquanto não o sabemos ouvir. E de facto, agora com 28 anos continuo sem gostar do fado em geral. Mas algo mexe em mim quando oiço esta voz.
http://youtube.com/watch?v=r7UDQDl1tcw
E a nossa Mariza está em lugares inimagináveis.
Bem hajas pela tua voz e simplicidade. E por me aqueceres a alma com Lisboa. Porque é isso que sinto quando oiço esta voz. Oiço Lisboa de uma forma inexplicável.
Espreitem o sítio dela em
http://www.mariza.com/index.html

É por estas e por outras

É por estas e por outras que eu amo o meu marido. É verdade. Respeita-me enquanto mulher e ser independente.
Vou explicar. Hoje tivemos um daqueles inconvenientes aliados à vivência fora da casa das nossas mães. Os senhores do gás precisavam de uma pessoa em casa supostamente das 9h às 18h para uma alteração dos equipamentos de forma a trabalharem com gás natural e não propano. Ora, somos dois certo? Ambos temos um emprego, certo? Pois bem, eu fiquei em casa de manhã e ele foi para casa à tarde. Assim, dividimos o mal pelas aldeias, e nenhum de nós teve de faltar um dia inteiro ao trabalho. O que vos parece? Simples, não é? Pois é. Só que sei que muitos poucos homens o fariam. Quando é preciso faltar ao trabalho por uma razão doméstica somos sempre nós as fémeas a sair prejudicadas. E por isso somos acusadas de que não nos dedicamos ao trabalho, que faltamos muito e etc. Mas se todos os casais funcionassem como nós provavelmente evitar-se-íam muitas chatices e insatisfações. Quando se prende com os dois, os dois nos sacrificamos igualmente. Por isso sei, quando chegar a altura das crianças (se chegar!) só não fará o que não puder, e nisto englobo apenas e só a gestação e a amamentação. Tudo o resto sei que fará sem pestanejar, inclusive o ir buscar crianças à escola, o ir às reuniões de pais, o ajudar nos trabalhos de matemática e afins. Por isso o amo.

segunda-feira, outubro 15

era mesmo verdade?!

Eram 7h30 da manhã, arrastava-me pela cozinha, de roupão e chinelos, e eis que ouço: não sei quê... "projecto de uma nova Constituição" (da República Portuguesa, leia-se). Pensei: bem, tens de ir para a caminha mais cedo porque definitivamente até já ouves coisas pela manhã, por sua vez totalmente inventadas e surreais. Pensei mesmo, deixa-me cá abrir os sentidos para o mundo e acordar. Isto passou-se. Gastei 1h do meu dia para vir para aqui, mexer nuns papeis e assim, que é o que faço 99% do tempo aqui, neste pequeno mundo da Função Pública, e eis que... Foi mais ou menos como a visão de Nossa Senhora pelos pastorinhos, mas sem a Nossa Senhora e também sem os Pastorinhos, a bem da verdade. Foi a visão do seguinte (passo a citar o Público online):

Luís Filipe Menezes anunciou hoje, no discurso final do XXX Congresso do PSD, que o grupo parlamentar do partido vai começar a preparar o projecto de uma nova Constituição e prometeu "estudar" a "arquitectura" do Tribunal Constitucional.
"O grupo parlamentar vai começar a preparar o projecto de uma nova constituição, não de
uma revisão", referiu o líder do PSD. Preconizando uma "Constituição moderna", Menezes defendeu a retirada dos preceitos ideológicos do texto da Lei Fundamental, assim como a consagração do "reforço da estabilidade governativa". Além disso, acrescentou, a nova Constituição deverá também consagrar que leis vetadas pelo Presidente da República em matérias como a Defesa e Segurança não possam confirmadas por maioria parlamentar.
Relativamente ao Tribunal Constitucional, o novo líder social-democrata prometeu estudar a sua "arquitectura" e "posicionamento", considerando que "não prestigia a democracia" este órgão de soberania ser "conhecido pelos resultados obtidos em função da maioria parlamentar".

Ora... fiquei em choque! Afinal era verdade. O Sr. disse mesmo o que eu ouvi às 7h30 da manhã. Não era fruto da minha sonolência. Sr. (Dr.? Eng? enfim, não interessa) : a CRP é uma coisa séria. A CRP é qualquer coisa que brota da Nação em momentos de alteração/ruptura com o passado, pensemos na nossa vida constitucional e percebemos que as Constituições portuguesas não apareceram por conveniência política de uma qualquer liderança nova de um partido à deriva. Elas espelham sempre um novo momento no Estado, como o foi a actual constituição em 1976 (lembra-se, Estado Novo, queda, 25 de Abril, e tal?). O seu "projecto", lamento, é tão ridiculo como a sua sede de poder, que o levou a derrotar um cómico mas sensato líder. E a "velhinha" CRP, manda-se para o lixo? Já estou a imaginar, o Preâmbulo: "A 15 de Outubro de 2007, o Movimento Partido Social Democrata, na pessoa do Sr. Luís Filipe Menezes, coroando a longa resistência do povo português e interpretando os seus sentimentos profundos, derrubou o regime socialista", and do on, and so on. Matem o homem oh fax favor!

sexta-feira, outubro 12

Talvez mais tarde

A sensação que tenho é a de que nada chega. Nada chega ao Homem para que este seja feliz. A vida é uma luta, constante, dificil, muitas vezes nada gratificante. Nos chamados países desenvolvidos vivemos o dia com uma rotina dificil, cheia de obstáculos, que nos levam ao egoísmo extremo de não estendermos a mão, mesmo que vejamos cair. Não quero ser assim. Acredito na vida fora daqui. Acredito que um dia vou sair sem olhar para trás. Acredito no sol vermelho pendurado num horizonte sem limite. Acredito na simplicidade de um cão enroscado a meus pés, numa tarde de frio. Acredito nisso e no entanto ainda aqui estou. Sinto que a vida foi puta comigo. Muito mesmo. Não era nada disto. Nada! Quando sonhava com a vida após os 30 sonhava com a certeza de que teria a certeza. E agora? Não tenho a certeza. Não tenho dia de amanhã. Sinto que passei ao lado de tudo. Todos dizem que sou louca. Que devia era casar e ter filhos. Mas não suporto a ideia de não lhes dar um futuro, não suporto a ideia de que venham a ter uma puta de vida como a minha. Vivo bem? Vivo sim senhora. Contas pagas, tabaco no bolso, gasóleo no carro, e comida na mesa. E... amanhã? Não há pior do que não dar descanso à alma. Preciso de conforto. O conforto que só a estabilidade de uma esperança nos dá. Complicado? Nah... complicado é não ter um sorriso que nos leve lá. E eu tenho um companheiro à altura. Sei que do que depende dele tudo correrá bem. E no que depende de mim? Ai, que até me tremem as pernas! Sinto a desilusão em cada esquina. Sentimentos de insatisfação em casa sala. E no entanto, sou só eu que lá estou, na sala. Esquizofrenia? Não! Só a alma a falar connosco. Queria muito voltar a ter tudo na mão, só para dizer que não mudaria nada. Sei que as escolhas foram erradas, algumas. Sobretudo aquelas que não são tomadas por nós mas para nós. Hoje tudo seria diferente. Ou talvez não. Mas que interessa isso. Saudosismos que me assolam, daí o blog. A quem dizer que se tem saudades? A tal palavra portuguesa sem igual. Tenho muitas. Mas isso não muda nada. A vida é uma luta, constante, dificil, muitas vezes nada gratificante. E aqui estamos novamente. Só quero que o dia acabe, para ir para o ninho. Para ser livre. Nada me satisfaz. Acho que continuo à deriva. Gosto de alcançar metas, concretas, fixas. Demora tudo muito tempo... O Homem é parvo. Quando pode descansar arranja lenha para se queimar. Eu sou assim. Gostava de ir para longe. De experimentar ir para longe. Depois logo se via. O amanhã. Mas as minhas raízes e a minha necessidade de estar perto de todos não me deixa. Talvez mais tarde. Sim, definitivamente mais tarde. Ainda não tenho a capacidade de ir. Talvez mais tarde.

quinta-feira, outubro 11

A pena de morte

O que eu teria escrito ontem sobre a pena de morte mas que não escrevi por preguiça...
E pronto, é isto que eu como mulher jurista do século XXI penso sobre a pena de morte: irracional, inqualificável e sobretudo, irreversível. O Homem erra...

congeminar

A caminho de casa, mais especificamente do supermercado, telefona a Zukkar: "tenho uma ideia fantástica para o nosso negócio!" Bons tempos, aqueles em que sonhávamos as duas em uníssono. Curioso: passaram dois anos desde que abandonei o barco, parece que foi ontem. Licenciem-me, percorri meio mestrado, consolidei a minha relação pessoal, amadureci, deixei cair aspirações presas nas núvens, pés na terra. E agora percebo, o futuro está naquilo que conseguirmos fazer por nós. E por isso tenho amadurecido a ideia de arranjar qualquer coisa minha, que me permita gerir-me, já que as gerências alheias me deixam um cadinho irritada...
Daí o telefonema. Diz a Zukkar: "é uma óptima ideia mas não posso falar pelo telefone!" Sente-se aqueles olhos a vibrar. Só quem a conhece! Os amigos servem para isto. Para nos darem aquele empurrão quando não sabemos bem onde ir buscar a força. E nós, devemos aproveitar-nos disso e seguir em frente.
São só ideias, nada mais. Mas as ideias permitem oxigenar o cérebro. E o facto é que a partir de Janeiro não sei bem o que vou fazer à minha vida, provavelmente a porta da Adminsitração Pública fecha-se, e vou ter de me fazer à vida, again. Ah! Sem subsídio de desemprego, que isso é para quem pode, não para quem quer, ora essa!
Congeminemos então...


segunda-feira, outubro 8

:)

Mum... Que belo fim-de-semana. O primeiro "em liberdade"! Passei a sexta-feira na rua, almoçar fora e tal, e depois jantarinho com o meu sobrinho, que por sinal, é muita giro! Não ponho aqui uma foto porque não gosto de expor as pessoas que me são queridas na net. Acredito na privacidade da imagem. Enfim, maluquices!
Sábado, IKEA com eles! Aventura completa! E quem é que metia 3 estantes com 200cm de altura no carro? Solução? Porta-bagagens aberto, Texuga no banco de trás, qual finória, e Texugo à motorista. E assim chegámos ao Samouco, sãos, salvos e esfomedados. O resto do dia como podem imaginar foi de trabalho árduo a remodelar as 2 assoalhadas envolvidas, o escritório e o quarto das visitas/ex sala de jantar sem uso. Está limpo, giro e funcional.
Claro que para domingo sobrou tudo o resto, dormir até às 14h, comer na cama, e fazer outras actividades como tratar da roupa, e etc. Dirão vocês: então mas foi um fim-de-semana de labuta?! Sim, mas os Texugos só estão bem a inventar, por isso... Estamos contentes. Ontem, o meu A. já endrominava uma solução para alterar a cozinha com poucos euros... Eu dei-lhe um chega para lá, que as minhas pernas e costas ainda não estavam refeitas do dia anterior!
Um diz mata e o outro diz esfola! Assim não há quem aguente.

segunda-feira, outubro 1

por fim... acabou!


Foram há cerca de 30min entregues as 180 folhas que contêm os meus 3 relatórios.

Seja o que nosso senhor e os três pastorinhos quiserem!