quinta-feira, abril 12

Sr. Engenheiro?

Então parece que o Sr. já se explicou. Ainda bem. Fico muito mais descansada sabendo que de facto o homem com o cargo político mais invasor da minha vida privada e profissional é engenheiro de facto, e não só no papel. A ser verdade durmo mais descansada a partir de hoje, porque é critério essencial o Sr. José saber de engenharia para exercer a profissão de gestor da nação. Fundamental! Já se virmos a coisa por outra perspectiva, temos que: o Senhor, a ser verdade o que se passou com a sua identificação curricular no Parlamento, aquando deputado, era simplesmente Senhor José e não Engenheiro José como quis fazer crer. É normal! Em termos de trato social seria complicado o Sr. Presidente da Assembleia dizer: Passo a palavra ao Sr. José... faça favor de falar...! Caía mal... e tal... Já quanto às explicações dadas relativamente às dúvidas concretas de obtenção do grau, não as ouvi... Terei perdido alguma coisa?! A minha opinião é de que o Sr. de facto terá sido naturalmente beneficiado, pela sua posição à data no executivo, por uma UnI que tem tudo de colégio particular e muito pouco de Universidade, o que não deixa de ser simplesmente mais um. Choca-nos é porque é o 1º Ministro. Mas inspeccionem as privadas e depois digam-me qualquer coisa.
O Sr. diz que «tem orgulho no seu percurso académico» ?!?! Então mas porquê? Não fez nada de estraordinário que se saiba, pelo contrário, terminou a licenciatura numa das piores privadas do país! Esta frase não lhe ficou lá muito bem Oh Xôr Sócrates...

Mas o Sr. Eng. José Sócrates esteve bem quando calou os jornalistas quanto à OTA. Aliás, em termos de decisões governativas, na sua maioria, estão correctas até agora, ora vejamos: reduzir os funcionários públicos, doa a quem doer (uff! já não era tempo), perseguição a quem deve ao Fisco (uff! já não era sem tempo), perseguição a quem deve à Segurança Social (idem, idem, aspas, aspas), reorganização da carreira docente (ai! aqui é que se calhar eles enganaram-se um cadinho, a ver vamos), agora só falta haver condições para baixar os impostos e concretizar uma efectiva reforma da Segurança Social para que todos paguem para uma reforma e não para os subsídios imediatos (baixa, desemprego), que a ver por este caminho são os únicos que iremos usufruir no futuro. Quanto à OTA, o Sr. Eng. tem razão, a OTA é irreversível, sob pena de avultados custos para o país. Aliás, a solução OTA, goste-se ou não se goste, tem anos, e já há inclusivé um consórcio a trabalhar na elaboração e concretização do concurso para adjudicação das empreitadas para o novo aeroporto. Considero a OTA tão longe como qualquer outra das soluções, com a vantagem de que tem espaço, não tem ninguém (não custa tanto as expropriações e realojamentos) e, desde que a CP cumpra o seu papel de deslocação para a capital dos passageiros de forma eficiente, e desde que seja criada também uma alternativa rodoviária de transporte colectivo eficiente e com qualidade até ao centro da cidade, a OTA se calhar será a longo prazo a melhor solução. Graças ao Senhor que não vão para a margem sul. Aqui, todo o espaço é pouco para a expansão populacional que insiste em fazer-se.

1 comentário:

Bernardo Santa Clara Gomes disse...

Quanto à Ota dou-te um toque, que sei ser um pouco bairrista.
Sei que 1h30 de avião +1 de espera de bagagem já começa a fazer aqui o menino deixar de pensar em fds na capital... para não falar no preço das voyages...!
Agora, com mais um horita de transporte terrestre, não sei...