quinta-feira, julho 12

Aposentação

Mas o que se passa com as Juntas Médicas? Conheço casos de mulheres activas que aos 40 anos estão em casa por desporto, porque o trabalho que têm é aborrecido ou simplesmente porque não lhes apetece cumprir horários, e nada lhes acontece, as baixas são pagas e não há junta médica que as mande ir trabalhar! Mas pessoas que têm cancro, que perdem voz, audição, que são sujeitas a quimioterapia, etc, têm de ir cumprir horário para as escolas porque o Estado não as aposenta por invalidez? Mas será possível que é preciso ter cunha até para ganhar o direito à reforma, paga ao longo de anos de trabalho (tipo, 30 anos de descontos)? Eu estou incrédula com isto. Ainda que seja propaganda de ocasião, para derrubar o Shôr Sócrates, os casos são reais, aconteceram, e isso deixa-me estupefacta. Não conheço a "lei das juntas médicas", mas não há nada que desculpe os técnicos e os chefes de serviço responsáveis por estes casos por completa negligência e falta de zelo nas suas funções! Hello! Os senhores não trabalham para o Sr. Ministro das Finanças! Trabalham para o país. Desde que sou "funcionária pública" ainda me revoltam mais estas coisas. Acho surreal. Simplesmente surreal. E ainda acho mais surreal que as pessoas regressem mesmo ao trabalho, sem possibilidade de recurso, como aconteceu ao Prof. que morreu ao serviço (afónico!) da docência. Expliquem-me como se dá aulas sem voz? Por desenhos? Vá lá, procurem ajuda. Vão a um advogado. Ele exercerá pressão sobre a Administração Pública e ajudar-vos-á a reivindicarem os vossos direitos. É para isso que eles servem. Não só para defender criminosos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Caríssima Texuga: a cunha não é só, em Portugal, a maior agência nacional de emprego, mas tb de progressão na carreira (e agora cada vez mais!) e até de reforma. Claro que ter o cartão do PS é um complemento que ajuda um pouco mais e facilita as coisas. Acontece que tudo isto está longe de ser surreal: esse é o domínio da fusão do sonho com a realidade; no caso português, a deriva autoritária do nosso desgoverno é tragicamente tangível e de onírico nada tem!
Cumprimentos,
ALM