quinta-feira, novembro 8

Adeus Tio Catau


Escrevo estas linhas para me despedir de si Tio. Nunca concordei com as suas acções, com as suas decisões, e muito menos com o sofrimento que pela vida infligiu nos outros, sobretudo nas crianças que tinham em si um pai. Onde estiver, que me perdoe por ter deixado de respeitá-lo como Tio, para passar a ver em si mais um. Mas quando me deram a notícia, tantas memórias boas de infância retornaram ao meu imaginário. Não pude deixar de pensar que nunca mais será feita a "foto das escadas" dos cinco, em pirâmide, anualmente e para a prosperidade. Bem sei que tudo mudou, e que já não há essa tradição, mas faz parte de mim essa imagem, bem como o cheiro da água de colónia que sempre o acompanhou. Não me saíu do nariz o dia todo. Incrível esta coisa dos cheiros. E o seu... era um galã. Viveu a vida sem olhar para trás. Não se prendeu em nada, nem no amor incondicional dos seus filhos. Espero que nas suas escolhas tenha sido tão feliz quanto as suas amarras perdidas o tenham deixado. Nós, filhos e sobrinhos, manteremos o que de bom nos passou, sobretudo, as memórias. Um beijo tio Catau. As anjas agradecerão...

2 comentários:

Bernardo Santa Clara Gomes disse...

Lindo texto, como a pessoa linda que és! Obrigado!

Anónimo disse...

Faço minhas as palavras da minha filha. Adeus querido cunhado, fomos bons amigos e passamos tempos divertidos. Ficarás sempre no meu coração. Até sempre.