quinta-feira, dezembro 20

O Natal e essas coisas...

O Natal já não é o que era. Costuma usar-se esta expressão quando não se sabe definir bem porquê, ou quando vários factores concorrem para que achemos que alguma coisa perdeu interesse, glamour, paixão. É que sinto em relação ao Natal. Nas famílias modernas não há um verdadeiro Natal. Quando todos viram as costas a todos, quando não é feito sequer o esforço de estar, custe o custar, esse dia, com todos os que compõem a família directa, aquela que interferiu na nossa vida de criança de forma visível. É o que se passa na minha família. Isso aliado à saída de casa do meu pai aos meus 23 anos, matou-se o meu Natal.
Hoje olho para o Natal com nostalgia do que foi, e com desejo profundo de que ele passe depressa. Por isso, este ano e pela primeiríssima vez a consoada faz-se na minha casa, apenas e só com o meu marido e a minha mãe. E a partir daqui, será sempre assim, assumo o papel de chefe desta família completamente desagregada e nos anos em que o meu irmão possa passará também connosco, mais o meu sobrinho e a minha cunhada. Será sssim. Será mais fácil. Será menos custoso. Ir para a casa da minha mãe "vazia" é muito pior. Acho. Se os tempos mudam, mudam-se também as tradições.
Mate-se o nosso Pai Natal e assuma-se que já é outro o que visita a nossa descendência. Vai ser mais fácil para todos.
É se querem um testemunho que mais parece ser o que eu diria sobre o meu Natal vão a
http://havidaemmarkl.blogs.sapo.pt/ e no último post deste senhor têm exactamente a minha história.

2 comentários:

Bernardo Santa Clara Gomes disse...

Há dias me disseste "porra mais a merda das distancias...", digo-te o mesmo.
Mas sabes, dia 24, vais estar comigo. Acredita.
Porque na minha casa vai estar quem eu sei que gosta de mim. E tu...
Quem não vai, olha não sabe o que perde!
Beijo para Tu!

Anónimo disse...

Não gosto do Natal. Não gosto porque está frio, as pessoas empanturram-se do que há de melhor e aqueles que todo o ano sofrem porque estão sós, porque não têm comida, onde dormir, as crianças em orfanatos, os animais na rua, ficam ainda mais sós. Não gosto do Natal porque ele devia ser a comemoração de um ano bom, e não o momento de balanço de um ano mau, o que se repete para mim de alguns anos a esta parte. Não gosto do Natal porque Natal é uma família perfeita, e a minha há muito que deixou de o ser. Não gosto do Natal porque Natal são prendas. Não gosto de gastar dinheiro que não tenho a oferecer o que não quero, a quem não queria. Não gosto do Natal porque me deixa triste. Não gosto de estar triste. Não gosto do Natal porque não sou mãe. Logo, não tenho olhos radiantes a viverem a consoada como todos já a vivemos. Só os meus e daqueles que teimam em continuar comigo! Não gosto do Natal porque o Natal significa paz, e eu não a tenho. Não gosto do Natal porque Cristo é sofrimento, e eu não gosto dele. Não gosto do Natal porque não tenho qualquer fé, em Deus, na religião ou em vida para além da morte. Logo, não celebro o nascimento de ninguém, a não ser de familiares e amigos que me dizem alguma coisa. Não gosto do Natal e pronto!
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