sexta-feira, janeiro 30

Tragédia familiar parte III

Estou tão infeliz. É inexplicável o que os meus animais provocam em mim quando não estão bem.
É dor física mesmo. Desde 4ª feira que não como nem durmo como deve ser.
Ontem deixei as gatas separadas o dia todo para vir trabalhar. Quando cheguei pareciam calmas, tristes até. Peguei na Maria e voltei ao veterinário, para despistar uma dica da madrinha Zukkar: ver se as as glândulas anais estavam entupidas o que provocaria mal estar na gata e podia ser causa da irritação. Trabalho de merda feito (cheira tão mal!!!!), volto para casa. De facto as glândulas anais estavam com problemas, mas não foi por isso que a coisa correu melhor ontem. Abri a porta e deixei que se chegassem para ver se se toleravam. Posso dizer-vos que um minuto depois tinha briga séria novamente, que acabou com a Matilde a fazer uma bela urinadela na parede do meu quarto, pintada este Verão, tipo repuxo! Dei um ralhete à Maria, pu-la de castigo. A Matilde em pânico, lá voltou para a sala, onde aparentemente se sente mais segura, e tudo na mesma, ou pior. Voltei a ficar com o estômago às voltas, voltei a não jantar. Voltei a não dormir, agora não porque a Maria chorasse por estar fechada mas, acho, que porque está efectivamente com o cio. Sinceramente, nunca tive uma situação comportamental de animais tão grave para resolver. E tenho-os desde que nasci. Aguardemos pela estirilização para ver...
Até lá, parece-me que vamos conhecer muito bem o nosso sofá.

quinta-feira, janeiro 29

Update

Vinte e quatro horas passadas e nada se alterou. As M&M continuam histéricas uma com a outra.
Tendo a Maria na sala e a Matilde, aparentemente a mais nervosa com a situação, no resto da casa, que é como quem diz enfiada na nossa cama, tornou-se óbvio que alguém tinha de dormir na sala quando às 2h da manhã a Maria começou a "chorar". Levantei-me e fui dormir para o sofá onde me esperava uma brutal sessão de ronronadela.
Hoje saímos de casa deixando-as ao contrário, a Maria solta e a Matilde na sala para que nenhuma enlouqueça. Enfim, vamos ver se logo já se conseguem cheirar.
Entretanto, sim, já me fartei de chorar. :(

quarta-feira, janeiro 28

As manas catatuas zangaram-se.


Hoje às 8h da manhã o Samouco ensandeceu. Duas gatas que se amam à bulha, que nem loucas. Um dia de trabalho perdido. Os "pais" em cuidados. De xarola para o Sr. Doutor. Uma de cada vez, porque continuam sem se poder ver. Está aparentemente tudo bem com elas. Clinicamente está tudo bem. Porque é que se zangaram é uma incógnita. A questão é: pode ser simples reacção ao cio, no qual devem estar a entrar as duas, ou qualquer outra circunstância exterior que as colocou em stress. Desde uma grávida em casa que pode nem sequer saber que está grávida, o que não me parece!, uma visita diferente, até uma alteração nos móveis, qualquer coisa. Tratando-se de gatas qualquer coisa pode ter motivado isto. A questão é: e agora meu Deus? Como convencê-las a fazerem as pazes? Vou viver com o apartheid dentro de casa quando tempo? Uma em cada assoalhada, tipo prisioneiras, para não se matarem.

O que elas não sabem é que a decisão de as esterilizar precipitou-se e se tudo estiver bem para a semana vão ficar mais leves.... elas e a nossa carteira. Sniff!








quarta-feira, janeiro 14

sexta-feira, janeiro 2

Sozinha

De facto a mudança da idade é terrível. Há uns anos (2/3) que me sinto a mudar todos os dias um bocadinho. Todos os dias sinto que a minha vida deixa de fazer sentido de determinada forma e penso nela de outra forma. Depois volto à forma inicial e descanso. É uma incansável viagem que me leva sempre ao ponto de partida. O problema é que não encontro verdadeiramente o sentido certo. Sei que está tudo bem. Mas ao mesmo tempo sei que nada está bem. E não encontro a solução. A única coisa que faz sentido é o homem que tenho ao meu lado. Mais nada. Tudo o resto está fora do que desejei para mim, aos quase 30 anos. Sinto que a vida passa lá fora e cá dentro tudo parou.
Gostava de ter o desprendimento necessário para partir em busca de mim mesma. Esta ideia não é nova, mas corroborei-a com a leitura deste livro "comer orar amar" de Elizabeth Gilbert.
Pode ser que arranje um futuro que me permita um dia fazê-lo. Preciso sinceramente disso. De viajar para fora dentro de mim mesma. Sozinha. A minha espiritualidade está acorrentada em rituais diários do quotidiano ocidental que não me preenchem. Preciso dela livre outra vez.