Eu andava a evitar. Juro que sim. Não queria que as minhas frustrações laborais viessem ao caso, mas... há coisas e coisas! Como são capazes de já ter reparado estou há uns meses metida com eles: os funcionários públicos. Ora, até aqui, não vai o gato às filhozes. Poder-se-ía dizer até que, para quem a exploração no privado é uma triste recordação, estaria agora em águas calmas. Pois, tipo circuito normal da vida: pronto, tem o canudo e cá está job for the girls! Pois é, mas eu não me habituo a isto. Não consigo! É mais forte que eu. Dir-me-ão, «Ah, e tal, porque ela é masoquista!» Se calhar sou. Que fazer? Tenho saudades de trabalhar. Tenho saudades de vibrar com um projecto que interessa à equipa como um todo. Não isto. Isto é nada. Vou passar a explicar: 13 licenciados, 30 e tal anos, agarrados à esperança de aqui ficar por saberem que nada mais terão que se assemelhe (ou talvez não), 4 licenciados estagiários, uns querem ficar, outros pelam-se para sair, todos sem nada que fazer (éramos 5, mas 1 já partiu, sortuda!), um gestor autista e com a mania que é político, uma chefe de projecto que não sendo autista tem dificuldade em saber mais do que o que se passa na sua mini sala de chuto, não porque os outros não deixem, ela simplesmente não quer, não pensa serem essas as suas funções, ou talvez não (?), dinheiro da UE e do OE, e toca a mexer uns papéis, dinheiro todos os meses, job for the boys. Todos (excepto os estagiários, que seguiram a lei para cá estar) cá estão por cunha, melhor, por conhecerem alguém que conhece alguém e que com jeitinho lhes arranjou isto, «sem promessas!» desculpam-se uns, «Uff! Contas pagas!» dirão outros. Atenção, não pensem os senhores que tenho repúdio pela classe! Tenho até muita simpatia! Pelo menos por membros concretos dela. Que me desculpem os outros, claro. Não alinho em corporativismos. Pronto, já disse! Façam o que quiserem. À excepção de todos aqueles que possam fazer a excepção (é de propósito, não me estou a repetir Óh Zé Branco!), a regra é a de que quanto mais cúmplice melhor. Ainda que quem se lixe seja o mexilhão. Pois eu não tenho «amigos». E agora, emigro?
Notita: Que me desculpem aqueles que merecem o meu respeito (e são vários) por não os distinguir, mas trata-se de uma crónica de costumes e não de um conto de fadas.
terça-feira, outubro 24
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5 comentários:
Nop, fazes como eu. Vens pá privada, qué preciso pagar os vencimentos aos FP (leia-se funcinários públicos).
Quanto ao emigrar, cabe-me perguntar para aonde?
Olha, vem para cá, cheira-me que vão ser precisos montes de pessoal das leis para desembaralhar isto!
Olha que vamos....
Realmente é uma pena... esta Senhora....
Tanto potencial desperdiçado...!!!!
Zé, tás no gozo com a minha pessoa ou és fã desta parca senhora?
Pois...pensa que temos que passar por isto para, num momento futuro do destino já escrito, darmos ainda mais valor ao privado, pelo qual ansiamos, qual sobrevivente no deserto em busca de um oásis.
Corrage!!!!(Coragem)
Bem, podes sempre vir para o privado e seres desafiada intelectualmente (no bom sentido). De facto somos explorados mas o mercado de trabalho não é mesmo isso? Continuo a ter cá um lugarzinho para ti.
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