sexta-feira, novembro 30

a relatividade da fortuna

"Estado português comprou quadro de Tiepolo por 1,5 milhões de euros"
A mim parece-me bem. Como o país tem dinheiro para fazer um TGV que poupe 20 minutos à viagem Lisboa-Porto também deve ter para comprar um quadro pelo valor de milhão e meio de euros! Acho importantíssimo para o país que seja o Estado o proprietário desta obra. Nem dormíamos se assim não fosse. A sério, é brincadeirinha, não é?

O drama do mimo

Matilde literalmente com a moca, na minha cama.

Maria no seu pouf, na sala, de papo para o ar.



Pois é! O drama do mimo acontece quando para mimar dois seres de 4 patas alguém acorda destapado e a espirrar! Passo a explicar: as M&M dormem connosco, obviamente, sobretudo chegando a Out/Nov quando o termómetro desce. Cada uma tem uma posição específica na cama comunitária, a Matilde dentro da cama, aninhada entre os dois, tornando-se um óptimo contraceptivo, a Maria do meu lado, aproveitando a cova natural do corpo na posição fetal, encostando-se à minha barriga. Ora, isto acontece ao início da noite. Depois a cama deve aquecer (presumo que seja por isso porque eu estou a dormir) e elas assumem os posicionamentos em que as encontro pela manhã: deitadas ao meu lado por cima do edredon. Ora, o quarto elemento, o Homem da casa leia-se, passa por isso metade da noite destapado. Porquê? Porque ao fazerem isto elas prendem o edredon do meu lado direito e por mais que ele puxe o agasalho para a esquerda não consegue, está entalado no meio de 3 seres. Ora, será que estou a colocar em risco o meu matrimónio ou somente a saúde do digníssimo esposo? Aceitam-se sugestões para o contorno do problema.

quarta-feira, novembro 21

terça-feira, novembro 20

la crème de la crème

A mim faz-me confusão certas coisas. Como pessoas com cancro ou com fibromialgia terem um despacho de uma Junta Médica a dizer-lhes que são calonas e devem é apresentar-se ao emprego, ou juízes que decidem que para lavar alfaces ou fazer arroz de pato é preciso NÃO ser seropositivo, ou melhor, não ter VIH. Pergunta-se: então os seropositivos não podem cozinhar para a família e amigos? Nem colocarem-se em contacto físico, tipo, aperto de mão, com o vizinho do lado? Pois, parece que sim, parece que há uma probabilidade de um para não sei quantos milhões de apanhar SIDA por esses comportamentos de risco. Eu, tenho para mim, que a ignorância é um posto. E desse mal não escapa ninguém, nem mesmo o crème de la crème da sociedade portuguesa, como o são... os juízes! Ora, diz-se na sentença (pelo que li na imprensa) que o problema não é o virus da imunodeficiência adquirida, mas sim o facto de outras doenças altamente contagiosas poderem ser propagadas a quem ingere os cozinhados. Claro! Estava já eu a dizer mal, e puxar o véu do preconceito. Naturalmente que pessoas com doenças contagiosas não podem ser cozinheiros, como, por exemplo, pessoas com herpes! Já a questão que lancei em primeiro lugar neste post, essa tem o mérito de, de forma simples e silenciosa, devolver à Segurança Social todo o seu esplendor de outrora, evitando o escândalo das baixas fraudulentas. Volta Salazar, tens o caminho aberto. Andamos todos anestesiados em qualquer coisa... Só pode. Será da água?

Ser tia...


O ciclo da vida tem destas coisas. Perde-se um dia mas enche-se o coração no dia seguinte. Passo a explicar: o meu sobrinho de 22 meses não fala, insiste na sua teimosia que com grunhidos também vai lá e como tal nem se esforça muito. Aponta e diz monosílabos ou, no máximo, duas silabazinhas e já é um pau! Ora, ontem disse a palavra mais bonita do mundo: o meu nome. E ficou tão contente com o feito que a repetiu inúmeras vezes abrindo depois a boca num sorriso descarado de conquista! E sabem que mais: é o maior do mundo!

segunda-feira, novembro 19

Vacuum Cleaner


Agora temos uma coisa destas lá por casa...
É o domínio da aspiração!

segunda-feira

Depois de um fim-de-semana calminho, com direito a lareira e sesta de domingo à tarde, vir trabalhar tem uma parte positiva: o ar condicionado do gabinete!

quinta-feira, novembro 15

Pessoas

Calmaria. Depois da tempestade vem a calmaria, costuma dizer-se. É o que sinto. Tudo calmo. Tudo a andar. E no entanto... sempre este sentimento de insatisfação, de angústia, de desalento sobre o que se alcançou. A vida passa, e tudo passa. Mas não devia ser assim. Devia ser tudo vibrante, como um dia. A maturidade devia ajudar-nos a aceitarmo-nos e aos outros, tal como somos/são. E porque não comigo? Porque sinto sempre a angústia eterna de querer mais, de mim, mas sobretudo, dos outros? Vou dar-vos um exemplo. Na Madeira, a enterrar o pai de 4 filhos, estive apenas eu "na minha classe". Só eu o sentia como Tio, ou outros haverá que sentem o mesmo? E porque não estiveram lá? A viagem custou-me tanto a mim como aos outros. E no entanto eu estive lá. Não deixaria de estar. Não deixaria de estar. É assim que me sinto como pessoa, parte de um todo que é a sociedade. E desta faz parte alegria e dor, não tenho ilusões. Sou uma pessoa adulta, consciente dos meus direitos e deveres. Tive o direito de o conhecer, de partilhar parte do que foi. E apesar de tudo o que fez de errado, a mim nunca me fez mal, pelo contrário. Costuma dizer-se que depois de mortos todos passam a ser os maiores. Não o era. Era um homem, como os outros. Deixou-nos recordações a todos. Deixou-nos um legado. Todos deixamos. E o respeito por esse legado levou-me, mais por impulso do que pela razão, a estar lá. A chorar como os outros, a amparar os amigos que tenho nos meus primos. A vida passa. Tudo passa. Mas os gestos ficam. E as ausências também. E estas, no meu coração de carangueja ficam marcadas para sempre. Sei que foram os vivos que me levaram a ir. Mas quando lá cheguei percebi que foi ele que me levou lá. Obrigada Tio, por me ter aproximado de quem me quer bem. A vida, a nossa vida, é única, feita de momentos, de um conjunto inimaginável de momentos. E no entanto, poucos os há como este que vivi, que nos façam parar e pensar. Pensar em tudo, devolver-nos às raízes que o dia-a-dia nos leva muitas vezes a esquecer. Sou o fruto do que tantas pessoas fizeram de mim. Obrigada, Pai, Mãe, Tios, Avós, ensinaram-me a ser gente! Forte, determinada, inflexível, mas gente, que se dobra em humildade e agradece, a quem lhe faz bem. Vou continuar nos exemplos. Empatia. Empatia significa, tal como ensinava aos meus formandos de outrora, "colocarmo-nos no lugar do outro". Passo o dia a fazê-lo. Não, não sou uma santinha, e muito menos sonsa. Simplesmente, foi algo com que cresci. Não trato mal ninguém, acho, só porque esse alguém não me diz nada, só porque não nutro por essa pessoa simpatia. Acho que nas relações humanas o respeito pelo outro é basilar, e a empatia serve muitas vezes para refrearmos as nossas emoções e agirmos com educação. Não custa agradecer se nos ajudam, não custa criticar construtivamente, não custa dizer não, quando esse não é baseado no no "não porque não" mas sim no "não porque...". As pessoas não são bichos. Têm inteligência para compreender o que lhes é explicado, mas são incapazes de adivinhar o que não o é. Simples, não? Mais exemplos: Indiferença. A indifernça é o pior dos sentimentos. Não a sinto por ninguém. Gosto, não gosto, gosto mais-ou-menos, mas tenho uma opinião. A indiferença é cruz pesada que não gosto de carregar e por isso não obrigo ninguém a fazê-lo. Se gosto, aproximo-me de coração aberto. Se não gosto, aproximo-me o indispensável. Poucos são os casos. A minha mãe diz que para mim "era tudo boa gente". Lamento, saí ao meu pai. Extrovertida, open mind, aberta a tudo o que me rodeia, pretos, brancos, assim-assim, católicos, muçulmanos, judeus, assim-assim, republicanos, monárquicos, assim-assim. Por isso conservo amigos em vários quadrantes. Gosto de pensar que por onde passo na vida deixo uma pessoa que não me esquecerá, nem eu a ela. E assim é, se pensar nos locais por onde passei, desde a escola preparatória. Fará sentido de outra forma? Faz parte do sentir ilhéu a abertura a tudo o que vem de fora, a afectividade entre as pessoas, de meios pequenos, e eu acho que herdei isso, apesar de só lá ir em Agosto. Não sou cosmopolita, nunca fui. Não gosto de discotecas, nunca gostei, não sou apreciadora de gadgets, não sou apreciadora de espectáculos metropolitanos. Detesto a vida de cidade, ainda que Lisboa seja a minha cidade. Sei que um dia sairei deste lugar, e encontrar-me-ei comigo. Seja onde for, desde que todos os dias haja espaço para um jantar com os meus, ou um café, ou uma ida à casa da vizinha, ou qualquer outra coisa. Sinto falta absoluta de saber que todos têm tempo uns para os outros. Sinto falta de um tinto à lareira, acompanhada de um álbum de fotografias (em papel! à antiga), e de constantes ah! olha como estavas linda aqui com este chapéu! e como engordaste! Somos o que fomos. Somos o que todos nos ensinaram a ser. E eu sou o que sou. Pena tenho de não poder ser qualquer outra coisa, como qualquer outra. Somos o que fomos. A nossa história constrói-nos e nela não entram só condições genéticas, ou"ambientais", entram em 90% as pessoas.

terça-feira, novembro 13

Família

Coisa estranha esta da família. Em crianças ensinam-nos que X pessoa é o tio, e Y é primo e nós aceitamo-los como a nossa família. O engraçado está em que passamos, por uma qualquer força estranha, a GOSTAR dessa pessoa. Parece uma coisa qualquer que nos é imposta, mas não é. Nós assumimos um sentimento especial pelos que são do nosso sangue, pelos que têm o nosso apelido, pelos que têm parte das nossas feições. Depois, esse sentimento vai sendo consolidando pela convivência. Simples. Tudo isto seria verdadeiro se eu falasse de pessoas como os nossos irmãos, ou os nossos pais, ou uma avó que vive connosco. Mas no meu caso a minha família paterna está à distância de hora e meia de voo, e passo anos sem os ver, ainda que na infância estivesse com eles todos os Verões. E quando nos dizem que não voltamos a estar com o Tio Catau tudo vem à nossa cabeça. Parece-nos inevitavelmente uma alteração no status quo que pensávamos eterno! Afinal, os 5 manos, dos quais nasceram 10 primos, seriam eternos. Eterna seria a teia que eles souberam construir durante o nosso crescimento e que nos amparava, dando-nos uma origem, um berço. Mas hoje, volvidos tantos anos desde que deixei de frequentar festas familiares (por falta de disponibilidade, tal como outros dos primos) sinto a perda do meu Tio como o fim de toda uma fase de vida. Não vos sei explicar. Não o via há anos e no entanto sinto-me tão próxima dele tal como quando ele me afagava a cabeça quando era míuda. Engraçado.

quinta-feira, novembro 8

Adeus Tio Catau


Escrevo estas linhas para me despedir de si Tio. Nunca concordei com as suas acções, com as suas decisões, e muito menos com o sofrimento que pela vida infligiu nos outros, sobretudo nas crianças que tinham em si um pai. Onde estiver, que me perdoe por ter deixado de respeitá-lo como Tio, para passar a ver em si mais um. Mas quando me deram a notícia, tantas memórias boas de infância retornaram ao meu imaginário. Não pude deixar de pensar que nunca mais será feita a "foto das escadas" dos cinco, em pirâmide, anualmente e para a prosperidade. Bem sei que tudo mudou, e que já não há essa tradição, mas faz parte de mim essa imagem, bem como o cheiro da água de colónia que sempre o acompanhou. Não me saíu do nariz o dia todo. Incrível esta coisa dos cheiros. E o seu... era um galã. Viveu a vida sem olhar para trás. Não se prendeu em nada, nem no amor incondicional dos seus filhos. Espero que nas suas escolhas tenha sido tão feliz quanto as suas amarras perdidas o tenham deixado. Nós, filhos e sobrinhos, manteremos o que de bom nos passou, sobretudo, as memórias. Um beijo tio Catau. As anjas agradecerão...

quarta-feira, novembro 7

A mulher... aos olhos do Homem claro!

O que teria a dizer sobre a actual posição da mulher no mercado de trabalho e na sociedade está escrito aqui.
Post muito, muito bom.

terça-feira, novembro 6

parabéns!

Hoje faz anos uma pessoa muito especial.

Por isso

PARABÉNS AO COTA!

sexta-feira, novembro 2

Corrupção

Corrupção: o pior filme português de sempre.
Margarida Vila-Nova: a pior actriz de sempre.
Enredo: o pior de sempre.
Montagem: a pior de sempre.
Guarda-Roupa, Cenografia e etc. (os ditos pormenores do filme): os piores de sempre.
Há muito que não via um filme português tão mau. E mau desde o primeiro minuto, o que é incrível. Não tem nada que nos faça agarrar à tela. Passo a explicar: é a chamada manta de retalhos, onde as falas são sempre as mesmas, onde a Vila-Nova tem sempre o mesmo ar de "femme fatal" da Buraca, onde os planos são sempre os mesmos, as personagens estão sempre viradas para a frente, mesmo quando em diálogo uma com a outra, onde existe sempre um cigarro aceso, como marca de irreverência acho eu, onde o Cerdeira aparece no cúmulo da sua bicheza (não é? ai desculpem, parece mesmo!), e onde uma jornalista diz uma coisa como "termos de identidade e residência" (são vários termos, o da sopa, o do peixe e o outro das batatas). Enfim, mais havia para dizer, mas acho que me fico por aqui. Ah, o mais importante do filme "Foda-se". É a trama...
Percebem agora porque é um filme sem realizador? Porque não é um filme, é um copy/paste de cenas avulsas, todas iguais e sem qualquer conteúdo. Bem fez o João Botelho em pôr-se a fancos...

meia carga


Que desagradável... Uma pessoa ter de vir trabalhar em dia de ponte...

A minha solidariedade para com os 3 portugueses que como eu levantaram o cu da cama cedo para virem para um local deserto que é a cidade e em concreto o escritório. Posso dizer-vos que estamos a menos de meia carga, como as máquinas de lavar.